SÃO PAULO - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), lamentou o acidente que vitimou sete pessoas em 2007 durante as obras da Estação Pinheiros da Linha 4-Amarela do Metrô, inaugurada nesta segunda-feira, 16. Ele foi recebido na solenidade por cerca de 20 manifestantes, entre eles parte da família do cobrador Wescley Adriano da Silva, de 22 anos, que morreu enquanto trabalhava em um micro-ônibus engolido pela cratera.
A tia de Wescley, Joseli Ferreira de Araújo, afirma, porém, que o Consórcio ViaQuatro ainda não indenizou a família. "Ainda não foi fechado o acordo e a família ainda não foi amparada pelo consórcio", disse. Ela carregava uma faixa em memória do sobrinho e cobrava assistência do governo estadual à família. O marido dela, Elenildo Adriano da Silva, fazia coro ao protesto e explicou que a indenização ainda não saiu porque a família não conseguiu entrar em acordo com o consórcio e espera a resolução do caso na Justiça.

A jovem, que casou e tem uma filha de 7 meses com seu novo companheiro, conta que é difícil voltar ao lugar do acidente. "Vim hoje para cobrar uma homenagem que prometeram. O pior já foi feito, que foi destruir nossa família", disse.
Segundo a família de Wescley, o governo prometeu que a estação teria uma placa em homenagem às vítimas do acidente. "Com a placa as pessoas vão sempre lembrar que sete pessoas morreram aqui. É uma forma de mostrar pra população que isso aqui não foi de graça", disse Elenildo.
Solenidade. A inauguração da Estação Pinheiros, diferente de outras estações já entregues da Linha 4-Amarela, não teve discursos oficiais. Alckmin caminhou a passos rápidos até o trem, se deslocando com os jornalistas até a Estação Faria Lima. No trajeto, parentes das vítimas insistiram em conversar com o governador.
Um assessor do Palácio dos Bandeirantes entregou um cartão a parentes de Wescley, para que fosse marcado um encontro com autoridades. Na saída da Estação Faria Lima, um homem foi detido pela Polícia Militar (PM), que negou que ele fizesse parte da manifestação. Os policias não informaram, contudo, o motivo da detenção.

Gustavo Uribe, da Agência Estado, e Marília Lopes, do Estadão.com.br
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