CONLUTAS: uma ferramenta para as lutas imediatas e históricas da nossa classe
Alexandre Guedes,
da Secretaria Estadual da CONLUTAS/RN
Ter um projeto de classe para os trabalhadores sempre foi um desafio para qualquer entidade que defenda de fato os interesses dos (as) trabalhadores e demais setores do movimento popular.
Na história recente do país, infelizmente, a classe perdeu uma de suas mais importantes ferramentas para enfrentar o capital, o estado capitalista e seus governos de plantão, que foi a CUT. Mesmo antes do governo Lula assumir o poder esta central já perdia um dos princípios mais caros para os trabalhadores: a independência de classe.
O processo de reorganização do país se abre com a falência da CUT e diante da necessidade para a classe trabalhadora de se ter uma ferramenta de luta independente e autônoma que reafirme a defesa do socialismo frente à barbárie do capitalismo, assim surge a CONLUTAS – COORDENAÇÃO NACIONAL DE LUTAS.
A CONLUTAS já nasce nos primeiros embates com o governo Lula diante da reforma da previdência em 2003, que instituiu a taxação de 11% sobre ativos e aposentados. Em 2004, num encontro em Luziânia (GO) surge o embrião de uma nova entidade para a defesa dos interesses dos trabalhadores. Já em 2005, a Conlutas encampa várias lutas contra as reformas do governo Lula que ataca os trabalhadores.
Em 2006, acontece o congresso de fundação da Conlutas, em Sumaré-SP, com mais de 3.000 delegados de todo o país e várias organizações dos trabalhadores em nível internacional. Foi uma grande vitória daqueles que não se venderam e passaram a construir, efetivamente, uma ferramenta para as lutas dos trabalhadores, estudantes, aposentados e setores oprimidos da sociedade capitalista. Nasce uma central para lutar pelos direitos imediatos da nossa classe e para construir um projeto de sociedade que atenda as necessidades dos trabalhadores.
Estamos na luta contra o acordo nefasto do governo PT/PCdoB/PMDB e as centrais (CUT, Força Sindical, CGTB e UGT) e nos firmamos como uma oposição de esquerda a eles que querem introduzir um novo fator previdenciário, o 85/95, defendemos o fim do fator previdenciário.
A CONLUTAS desenvolve a campanha “Todo petróleo tem que ser nosso”, e que a Petrobrás volte a ser 100% estatal. Hoje, 68% das Ações da Petrobrás estão em poder do capital privado e destes mais da metade é capital estrangeiro. Defendemos a revogação da lei 9.478/97 do governo FHC que institui os leilões dos campos de petróleo e a entrada das multinacionais para explorar as nossas riquezas petrolíferas. Ao mesmo tempo, denunciamos o projeto do governo sobre o Pré-Sal, onde, ao contrário do que diz o governo, esse projeto é privatizante, institui o sistema de partilha e já nasce com 29% do Pré-Sal nas mãos da iniciativa privada. A CONLUTAS está sintonizada nas campanhas salariais em curso no país, intervindo na unificação das lutas e denunciando as manobras das centrais governistas que apóiam a proposta do governo em delimitar em dois anos o tempo para novas campanhas salariais como foi imposto nos Correios e como ocorreu na própria CBTU em 2007.
A CONLUTAS também defende o internacionalismo da classe trabalhadora, desenvolve campanhas contra as guerras imperialistas como a guerra do Iraque, e luta pela retirada das tropas brasileiras do Haiti. A CONLUTAS está organizando atividades em apoio à heróica resistência do povo hondurenho contra o golpe.
E nesse debate no sindicato dos Ferroviários sobre a filiação a uma central sindical, a CONLUTAS parabeniza a direção e a categoria pelo espírito democrático e se coloca à disposição dos companheiros para qualquer esclarecimento sobre nossa organização e conclamando aos valorosos trabalhadores dessa base o fortalecimento desse instrumento importante para as lutas dessa categoria e da classe.
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