O governo anunciou um programa de investimentos com o setor privado para
reformar e construir quase 20 mil km de estradas e ferrovias.
19/08/2012 – O Estado de S.Paulo
O governo quer
"ressuscitar" o transporte de passageiros em trens. Os 10 mil
quilômetros de ferrovias que serão concedidos à iniciativa privada e que
estarão prontos em meados de 2018, se tudo correr como o planejado poderá
oferecer o serviço. "O governo vai estimular isso e, se não o fizer, a
sociedade cobrará", disse o presidente da Empresa de Planejamento e
Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, no lançamento do pacote de concessões.
A oferta de viagens ferroviárias
dependerá apenas de haver interesse por parte de alguma empresa para operar
linhas regulares de passageiros, segundo explicou ao Estado o ministro dos
Transportes, Paulo Sérgio Passos. Ele acredita que a tendência é que isso
ocorra em trechos mais densamente povoados, como é o caso, por exemplo, da
linha que ligará o Rio de Janeiro a Vitória (ES), passando por Campos (RJ).
Estudos mostram que o transporte de
passageiros em trens só é financeiramente viável em distâncias curtas que
passem por áreas urbanizadas. O foco das concessões ferroviárias anunciado pelo
governo é o transporte de carga e o próprio traçado das linhas deixa isso
claro: elas saem de áreas de produção de grãos e minérios e chegam aos portos.
O transporte de pessoas seria algo secundário.
Porém, o governo acredita que haverá
interesse, porque haverá um serviço melhor do que o atual a oferecer. As linhas
férreas em operação no País, antigas e com traçados com muitas curvas e rampas,
permitem às composições trafegar a velocidades próximas a 30 ou 40 quilômetros
por hora. "Quem vai querer viajar assim, se pode ir num ônibus confortável
a 90 quilômetros por hora?", comentou Passos.
Mais rápido. As novas linhas que serão
construídas, de bitola larga e traçado mais moderno permitirá viagens a
velocidades de 80 a 120 quilômetros por hora. Portanto, elas poderão ser opções
competitivas do ponto de vista comercial.
Pelo modelo anunciado pelo governo,
serão leiloadas concessões para consórcios interessados em construir, manter e
administrar as linhas férreas. Toda a capacidade de transporte de carga será
comprada pela estatal Valec que, por sua vez, leiloará as autorizações de uso
aos operadores interessados.
Assim,
para que haja trens de passageiros, será necessário que alguma empresa se
interesse pela linha e compre da Valec as cotas para operar o serviço. Além da
ligação entre o Rio e Vitória citada pelo ministro, haverá, por exemplo, uma
linha ligando Salvador (BA) a Recife (PE), passando por Aracaju (SE) e Maceió
(AL).
Nenhum comentário:
Postar um comentário