Ferroviários paralisam as
atividades na terça
Data: 11 maio 2012 - Hora: 20:01 - Por: Portal JH
Em assembleia realizada na manhã desta sexta-feira, no pátio da
Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), o Sindicato dos Trabalhadores em
Empresa Ferroviária do Estado do Rio Grande do Norte (Sintefern) aprovou uma
greve por tempo indeterminado, marcada para ser iniciada na próxima terça-feira
(15). Apenas 30% do efetivo irá continuar trabalhando no sistema de transporte
ferroviário, em regime de escala.
Entre as principais reivindicações da categoria está a exigência
de um piso salarial não inferior a R$ 1.895,00,63, reajuste salarial referente
ao índice do DIEESE acumulado de 01/05/11 a 30/04/12 e o aumento real de 10% em
cima do índice. Segundo o sindicato, o valor do ticket alimentação também está
congelado. “Há uma grande intransigência da empresa em não querer negociar nem
o mínimo da perda da inflação. Também temos dificuldades nas condições de
trabalho e os maquinistas e funcionários de operações em geral são os mais
sacrificados com horários e escalas deficientes. O objetivo não é prejudicar os
usuários, mas não temos diálogo e nos oferecem reposição salarial zero”, disse
Ismael do Vale Borges, presidente interino do Sintefern.
Atualmente, das quatro locomotivas da CBTU, três estão paradas,
sendo que duas delas não têm peças de reposição, e apenas uma está em
funcionamento. “Desde outubro que temos uma locomotiva parada e até agora não
veio uma equipe de manutenção. As condições estruturais da locomotiva estão
frágeis”, afirmou Ismael.
Segundo Marcos Costa Viana, da direção do Sintefern, a greve dos
ferroviários no Rio Grande do Norte segue uma mobilização nacional. “Belo
Horizonte e Recife já estão com indicativo de greve para a próxima
segunda-feira. Iniciamos o processo no mês passado, onde houve três rodadas de
negociações, sendo a primeira em Natal, a segunda em Belo Horizonte e a
terceira em Recife. Nossa pauta de reivindicação consta de 132 cláusulas, sendo
que as econômicas requerem o índice que foi negado e quanto às sociais, querem
manter o acordo do ano passado, mas sem avanços”.
O maquinista Pedro Gonzaga, que trabalha há 35 anos como
ferroviário, sendo 28 deles como maquinista, contou que as dificuldades de
negociação são frequentes. “Todo a ano a empresa não aceita nossas
reivindicações e até quer tirar alguma conquistas. Desde 91 estamos lutando por
melhorias. Vamos partir para o enfrentamento”.
Renata Freire, moradora de Extremoz, lamentou a paralisação
anunciada. “Este é o meu único meio de transporte. Há cinco anos faço uso e não
tenho muito a reclamar, só da demora. Mas agora com essa greve tudo vai ficar
mais difícil”.
Através da assessoria de imprensa, o superintendente da CBTU/RN,
Erly Bastos, informou que vai aguardar o comunicado oficial do sindicato e a
deliberação da administração central com relação ao movimento grevista. Ainda
de acordo com a assessoria de imprensa, a CBTU vai buscar que seja atendido o
Termo de Ajustamento de Conduta que estabelece que o efetivo de 30% seja em
cima do serviço oficial de 24 viagens diárias, e não das 12 como acontecem
atualmente, já que das duas locomotivas disponíveis, apenas uma se encontra em
funcionamento. A média de usuários com o funcionamento de uma locomotiva é de 4
mil pessoas por dia.
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